Liberais Vermelhos

Somos liberais. E somos vermelhos. Ainda vai discutir?

sexta-feira, junho 15, 2007

Aviso besta

Conselho de amigo: é melhor deixar de ser sarcástico e/ou irônico. Dá trabalho e as pessoas nunca entendem.

quinta-feira, abril 12, 2007

ruim é ter que trabalhar

como um desses acadêmicos de história disse num desses textos que preciso ler para as aulas da faculdade todos os dias, a ética do trabalho começou a imperar desde as reformas religiosas do século 16, tendo se aprofundado imenso com a hegemonia do capitalismo industrial no século 18. e dos séculos 16 e 18 passamos ao 21 (e nesse entremeio, é óbvio, existem ainda o 17, o 19 e o 20, nos quais aconteceram muitas coisas importantes que, se necessário, citarei ao longo deste texto). chegamos ao 21, e é nele que vivo, anda completamente influenciada pela ética do trabalho, que já tem portanto uns 500 anos de idade.

aqui no brasil, as ‘grandes conquistas’ (atenção às aspas) da classe trabalhadora (o fato de eu acreditar na existência de uma classe trabalhadora me torna automaticamente marxista?) foram conquistadas (atenção para a redundância) durante a era vargas. na verdade, qualquer estudantezinho (o diminutivo é pejorativo, sim, mas não porque eu ache o estudante de graduação merecedor disso, mas porque a academia despreza qualquer pessoa que tem menos que um mestrado. é apenas uma autoreferência sarcástica que necessita explicação) sabe que já desenrolou-se um debate historiográfico acirrado sobre o tema: os historiadores não conseguem decidir se os ‘direitos’ (aspas são muito úteis em qualquer discurso acadêmico) foram efetivamente conquistados pelos trabalhadores ou se são mero reflexo do populismo praticado pelo tão benevolente presidente getúlio vargas.

e aqui quero (aproveito para) citar a primeira coisa que aprendi na faculdade por força do não-muito científico empirismo, sem que ninguém me ensinasse diretamente: o meio termo sempre parece ser a escolha mais acertada nesses casos (ah, a justa-medida aristotélica, que remonta aos tempos mais remotos e imemoriais do pré-cristianismo). digamos, então, para todos os efeitos, que as ‘conquistas’ dos trabalhadores são conseqüência de uma multicombinação de fatores muito diversos, dentre os quais a mobilização e o populismo. tais conquistas envolvem, além das que não citarei, a jornada de oito horas de trabalho, as férias e o 13° salário.

toda essa verborragia execrável serve tão-somente para introduzir a análise dos três mais básicos direitos trabalhistas que pretendo fazer aqui. vamos começar pelas

férias

(ah sim, antes devo dizer que não consultei a legislação trabalhista, e que todas as afirmações são feitas com base no meu senso comum e que sim, tenho todo o direito de fazer isso)

as férias consistem no princípio de que, para cada doze meses trabalhados, o trabalhador pode dispor de um mês sem trabalhar, pra fazer o que der na telha. acho (o verbo ‘achar’ é condenável em qualquer discurso acadêmico, ainda que todas as certezas científicas acabem sempre dando lugar a novas certezas, inclusive na história) que na verdade as férias acabam sendo vistas como um prêmio pelo trabalho árduo desenvolvido ao longo de um ano, ou apenas como uma oportunidade de afrouxar o nó da gravata e respirar fundo antes que a loucura comece novamente. nenhuma dessas duas coisas me parece, nem de longe, positiva – o que de forma alguma quer dizer que eu seja contra as férias. ah sim. as férias também são aquela oportunidade para colocar em dia todas as pendências que se arrastaram por doze meses e que, para serem postas em dia em um mês, devem ter sua resolução conduzida em velocidade máxima.

o que quero dizer é que A GRANDE CONQUISTA DOS TRABALHADORES – grande merda. o ano tem 12 meses, e de todos eles, eu tenho APENAS UM ÚNICO para cuidar de mim e da minha própria vida. um doze avos de todo o meu tempo, de toda a minha vida, é apenas essa a cota que cabe a mim mesma. pense nos 30 anos necessários à aposentadoria. pense agora nos dez ou quinze anos que se passa dentro de uma sala de aula a fim de capacitar-se para o trabalho. então simplesmente 45 anos do nosso tempo nessa terra (que não voltará jamais) são dedicados de alguma forma ao trabalho, descontando-se as ínfimas férias que são vistas como ‘OH A GRANDE CONQUISTA O GRANDE DIREITO’. sinto dizer que pra mim isso não é suficiente.

suponhamos que um cara viva 70 anos (o que é uma estimativa extremamente otimista, devemos reconhecer). 45 deles são de alguma forma dedicados ao trabalho, das quais não vou descontar as férias, posto que elas também são vividas em função do trabalho – sobram 25 anos, dos quais aproximadamente 10 são de infância (mais para uns, menos para outros, poupem-me de explicações). os outros 15 anos são de aposentadoria, que a grande maioria das pessoas viverá com baixíssima qualidade por conta da idade avançada e dos problemas de saúde – que também são causados pelos hábitos ruins que essa vida de trabalho nos força a adquirir – comer mal por falta de tempo, por exemplo.

ah, claro. aí vocês dizem que a jornada de trabalho é de oito horas, outra grande conquista dos trabalhadores. o dia tem 24 horas. trabalha-se 8, dorme-se 8 e as outras 8 devem ser usadas do jeito que se bem entender. ah, sim, grande merda de 8 horas pra fazer o que der vontade. eu, por exemplo, que sou uma pessoa de classe média (falida, sim, mas ainda média) e que não faço parte da massa de trabalhadores paupérrimos, cuja situação é muito pior do que a minha: dessas 8 horas, uma é para o almoço. na hora do rush pela manhã, uma para chegar ao trabalho (isso porque eu moro relativamente perto dos lugares pra onde devo ir). na hora do rush à noite, outra hora pra voltar para casa. de manhã quando acordo, uma hora para banhar-me, vestir-me e fazer minha refeição matinal. o que me sobra para eu fazer o que quiser? 4 horas. nessas 4 horas do dia eu deverei fazer amigos, fazer sexo, cuidar dos eventuais filhos que um dia posso vir a ter, ler os clássicos da literatura que ainda não li, assistir um filme, cuidar da minha casa, tirar um cochilo, escrever um texto como esse, escrever meus futuros livros e todas as outras MUITAS coisas que fazem parte do meu plano de vida. legal, né. vou conseguir fazer tudo isso com muita tranqüilidade.

bom, sei que fiz uma lista com 3 pontos, e agora eu deveria desconstruir a aura de positividade que envolve o 13° salário, mas estou me cansando, então deixo para depois. se tiver depois, porque não tenho certeza de voltar a esse tema.

vocês podem dar algumas soluções para o meu problema. uma das que consigo vislumbrar é: escolha uma profissão da qual você goste muito, carol, e desta forma trabalhar não será um suplício. bom, gente. eu escolhi estudar história, e isso significa que vou ser professora. não estou tão certa de gostar da idéia, mas enfim, foi isso o que escolhi. mas aqui segue uma breve lista das profissões que eu exerceria com igual satisfação:

bailarina

veterinária

estilista

chefe de cozinha

manicure

geneticista

psicanalista

cabeleireira

musicista

e, principalmente

escritora

cineasta

ta, eu escolhi (ou escolheram por mim) estudar história, e não dança, veterinária, moda, gastronomia, biomedicina ou qualquer outra dessas coisas aí. gostei da minha escolha, mas quem garante que foi a melhor?

dilemas acadêmico-profissionais à parte, a necessidade de dedicar a maior parte da minha vida ao trabalho diminui as chances de que eu possa aprender a fazer outras coisas (como dançar balé ou cuidar da saúde de animais) das quais gosto muito.

primeira solução descartada.

sim, eu até poderia pensar nas outras soluções que me seriam propostas, mas novamente estou ficando cansada e agora também com sono. então, para terminar.

os filósofos, digo, até onde sei, alguns deles, dizem que o ócio é uma maravilha e que a única felicidade possível só pode ser alcançada através da vida contemplativa. não sei bem se a vida contemplativa é o que eu quero. só sei que não quero trabalhar.

ESCRITO NUM CADERNINHO TOSCO NA NOITE DE 26 DE NOVEMBRO DE 2006. DIGITADO E POSTADO NESTA DATA

sábado, março 31, 2007

Aforsma anti-aforismático (...ou como criticar um filósofo mais pop do que Franz Ferdinand)

"Tão tolos quanto aqueles que se perdem no pragmatismo eloqüente e despropositado são aqueles que pensam ser a verdade intrínseca às coisas, idem ao princípio moral, crendo assim que em um curto aforisma possa-se encontrar uma idéia de grande relevância." As aspas me deixaram com um ar importante, não? E sim, o bigode é legal, mas é um completo idiota.

quarta-feira, março 07, 2007

À Procura da Felicidade

Fui ver o filme "À procura da felicidade", com Will Smith. De cara já adianto que é excelente. Maravilhoso. Tocante. Tem uma mensagem profunda que exalta a capacidade de um homem obstinado tomar as rédeas de sua própria vida, levar adiante seus próprios sonhos, superar as dificuldades e, ainda, criar e educar sozinho seu único filho.
O filme é também um prato cheio para liberais e um golpe nos estatiofílicos. Prato cheio porque Chris Gardner, personagem real interpretado por Will Smith, é um self made man à antiga. Saiu do nada e chegou no tudo. Sozinho. Dirão os liberais: o governo, quando aparece no filme, é pra cobrar impostos atrasados e dizimar a já abalada poupança de Gardner, acumulada com muito suor. Chris trabalha pra si próprio - investiu suas economias em máquinas de scanner para médicos que revelam-se verdadeiros elefantes brancos - , mas sua persistência o leva a vendê-las por completo. É quando surge a mordida do leão...
O filme é um golpe nos anti-liberais porque Chris limpa, também sozinho, a sujeira que insistem em lhe colocar sobre os ombros. Passa por mil apertos, mas não deixa de lado seu sonho de melhorar de vida. Mesmo quando tem que dormir no banheiro do metrô junto com o filho ou nos albergues municipais repletos de mendigos. Mesmo quando mal tem dinheiro pra se alimentar ou é preso devido a multas de trânsito. Estuda pesadamente na tentativa de um estágio, não remunerado, que lhe possibilitaria uma melhora de vida. Possibilitaria porque... Bem, vá ver o filme.
Mas o filme pode pregar uma peça nos liberais, como parece ter prego em Rodrigo Constantino. Em texto no seu blog (http://rodrigoconstantino.blogspot.com/2007/02/procura-da-felicidade.html), Constantino diz: "Fora isso, o filme desmonta a crença do Estado paternalista, que irá cuidar dos pobres. Pelo contrário, o governo aparece para tirar na marra e sem aviso o dinheiro que Gardner conseguiu juntar com a venda de scanners para médicos, alegando impostos atrasados. (...) Esse é um retrato da realidade. O governo, para dar algo, antes precisa tirar, e normalmente o fardo recai sobre os mais pobres.".
Um puro liberal talvez desse razão a Rodrigo Costantino. Como eu disse anteriormente, o governo apareceria como confiscador de poupanças. Mas, considerando novamente tratar-se de uma peça pregada, e não de falácia assumida, sou obrigado a discordar de Constantino. Gardner, quando na miséria, refugiou-se em abrigos municipais, como eu disse. Abrigos públicos. DO GOVERNO.
Ora, é este o governo que defendo aqui. Um governo que taxe os mais ricos (não os ferrados, como Gardner) e utilize esse dinheiro para construir mecanismos pelos quais os indivíduos podem, sozinhos, buscar sua felicidade. O governo não deve impor felicidade aos outros, pois desse modo tratará os cidadãos sempre como ovelhas. O governo tampouco deve inexistir, ou existir minimamente. O governo deve ser simplesmente um neutro meio de se alcançar a felicidade. O governo deve existir como nos abrigos que Chris Gardner aproveitou, e sem os quais não conseguiria ir mais longe com seu filho.
Em suma, os homens vivem sozinhos, mas não sobrevivem sozinhos. Apenas um tipo de pessoa poderia ignorar os abrigos municipais: aquele que não sabe o que é passar fome.

sexta-feira, janeiro 26, 2007

Palavras e coisas.

The Corporation é um documentário legal. Quem não viu até que poderia ver se não estiver fazendo nada melhor. Tem entrevistas legais com personagens pra todos os gostos. Vai ver, vai.

Isso não é uma resenha do filme. Apenas uma fala de certo entrevistado, Michael Moore (aquele do Tiros em Columbine), me chamou a atenção, e comecei a pensar abobrinhas. Seguem abaixo:

A fala era sobre capitalismo, poder e cinema. Disse o entrevistado algo assim: "fazer filme é um modo de tentar mudar as coisas, é nisso que acredito. O capitalismo nos dá a possibilidade de critica-lo, nos possibilita pensar em alternativas porque acredita que ninguém fará nada apenas por ver um filme".

Não sei se a frase era assim. Era por aí. O que em chamou a atenção foi essa "falha" do capitalismo, de que Marx já falava no Manifesto. O capitalismo precisa do livre e sempre crescente volume de trocas e de comércio para se desenvolver. Beleza. Informação é parte desse volume, e quanto mais censuras e restrições houver, menos dinheiro rola solto (ou ninguém acha que o youtube perdeu rios de dinheiro com a censura-Cicarelli?). Beleza.

Faz sentido, mas não acredito nessa frase. Não creio que o capitalismo realmente seja ingênuo a ponto de deixar uma falha tão boba.

Palavras não mudam o mundo se não são acompanhadas de ações. Isso é verdade. As palavras podem incentivar, mas não alteram, por si sós, nenhum mundo, nenhum sistema. Palavras puras são contemplação. A mudança vem a atitude, da atividade, da prática, da práxis.

Ok. Aonde quero chegar? O capitalismo "permite" essa "falha" exatamente porque sabe que palavras vazias são pura contemplação. Porque sabe que a retórica apenas lhe serve. Porque sabe que a única mudança relevante causada por Michael Moore no sistema foi que agora seus bolsos estão alguns milhões mais gordos.

Palavras compram muitas pessoas. Iludem. Seduzem. Enganam. Dão a agradável sensação de que estamos fazendo algo. Mas pára por aí. Não mudam nada. Não salvam o mundo. Essa retórica da indústria, pretensa falha do capitalismo, é mais um de seus mecanismos para se fortalecer.

Nunca, nunca mesmo, houve uma ação que fosse "permitida" pelo capitalismo. São sempre tachadas, esvaziadas de sentido e confundidas com bandidagem e terrorismo comuns. As palavras são permitidas, a ação não. As palavras circulam livremente por rádios, tvs e internet. As ações, greves, manifestações, são sempre vigiadas de perto pela polícia, pelo exército. Estão sempre sob mira de armas.

Palavras enriquecem cineastas bonachões. Palavras iludem pessoas carentes de ideologia. Palavras não salvam o mundo. Podem ser indispensáveis ao salvamento, mas não são suficientes para cumpri-lo. O mundo dos homens só pode ser salvo pelas mãos dos homens. Pelas mãos. Não pelas bocas.

PS: Só para constar, é verdade que sistemas capitalistas são, geralmente, confiantes o bastante para crer que as palavras podem circular, mas as ações sempre serão contidas. Outros sistemas há em que as palavras representam perigo o bastante, como incentivadoras da ação. O método preventivo é a censura. Vide certos pretensos comunistas.

domingo, dezembro 31, 2006

Eu deveria escrever um texto bem articulado sobre a execução do Saddam Hussein, mas isso está fora do meu alcance agora. Porque tem umas coisas que aparentemente não vão mudar nunca. Há gente, há nações, há MUITAS PESSOAS JUNTAS que acham que são as donas do mundo e da verdade, e isso me deixa profundamente triste. Não que eu achasse a ditadura no Iraque legal. Mas eu ainda sou uma humanistazinha defensora dos direitos humanos que condena a pena de morte. Existem alguns argumentos pra isso, sim, mas eu estou decepcionada com a humanidade e quero falar pouco. A morte é uma coisa muito séria; MATAR é muito sério. Mata-se pra mostrar que é errado matar, mesmo que os que condenam também matem quase do mesmo jeito. E parece desde sempre que a culpa e a acusação são mais importantes do que reparar erros. E agora tem gente que está feliz porque venceu. Vencer é de uma importância, né. E a conciliação que se foda como sempre. É o mesmo papo de todos os dias: a humanidade sempre esteve perdida, desde Guerra do Peloponeso até o 11 de setembro. Até hoje. E assim vai continuar.

domingo, dezembro 03, 2006

Rodrigo passa notícia e a gente fica sacaneando no msn. Depois, vira texto.

"Menino é devorado por porcos na Índia" http://odia.terra.com.br/mundo/htm/geral_70000.asp

Atenção: O texto a seguir é politicamente incorreto.

Esse pequeno trecho foi retirado de uma reportagem seríssima sobre o perigo dos porcos para os seres humanos. Na verdade, isso é o que querem que você pense. É em que desejam que você acredite.
Poucos sabem, e quase ninguém com meia banda de cérebro reconhece, mas o mundo está perto de ser tomado pela gigantesca conspiração de esquerda que surge das sombras para nos ameaçar. A nós, cidadãos de bem. A conspiração, ainda dando oading mas quase terminando, envolver rituais macabros e assutadores mecanismos de controle da mídia.

Por causa desse controle é que você jamais iria saber o verdadeiro sentido da mensagem acima postada. Sim, isso mesmo. George Orwell estava certíssimo, coberto de razão. Os animais da Revolução dos Bichos tomaram o poder. Os porcos comunistas (que, todos sabem, são comedores de criancinhas - os comunistas, não os porcos) finalmente estão dando seu primeiro passo para a conquista. Napoleão à frente, marcham contra os alicerces de nossa civilização "judaico-cristã-de-direita-à-americana": a família e a hora da refeição. Não nos respeitam mais! Perderam o medo! Agiam no escuro, agora nos querem destruir! Malditos porcos gramscianos.

Enfim, tanto faz. Não importa se os porcos vão ou não tomar o poder: tudo por aqui vai continuar na mesma lama. A diferença é que a sujeira será, agora, constitucional. Ou melhor, não será, não. Todo mundo sabe que comunista odeia constituição e essas porcarias burguesas que iludem o povo. Todo mundo sabe que comunista é chegadão mermo numa ditadura de massas, tipo o nazismo ou o fascismo. Todo mundo com meia banda de cérebro sabe disso!
PS: [modo pseudo-intelectual escroto on] Se você não riu nenhuma vez, deveria ler Animal Farm (ou A Revolução dos Bichos, pros leigos). Vai fazer bem à sua meia banda de cérebro. [/modo pseudo-intelectual escroto off]